quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Por quem os sinos dobram?

"Nunca se vence uma guerra lutando sozinho. Você sabe que a gente precisa entrar em contato... "


Então! Raul Seixas formou minha história e é em muitas músicas dele - erros e acertos musicais - que eu levo como digamos, filosofia de vida. Uma delas é "Por quem os sinos dobram". 


A música e o álbum do grande cantor e compositor baiano data de 1979, e foi inspirado na obra do excelente escritor - e pensador - Ernest Hemingway. 
O romance de 1940 usa a própria experiência do autor como voluntário na guerra civil, que por sua vez é referente a um poema do pastor americano John Donne, que explicita que nenhum homem é uma ilha. 


Raul, mais crítico - na minha opinião, foi mais além: "É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro, evita o aperto de mão de um possível aliado"....
Quantas vezes não é mais confortável jogar a culpa no outro? Certo? Errado! Dai vem a pior parte - também na minha opinião, que é convencer as paredes do quarto. 


Ora, você não vai convencer as paredes do quarto e dormir tranquilo, porque no fundo do peito você sabe que não era nada daquilo! Não se consegue fugir de si mesmo, nem se suas culpas ou mesmo daquela que é a "mestra" em foder com seu sono: a consciência!


E de novo lá vou eu, cair na tecla da CORAGEM. Raul cantava muito isso. Ele era um cara corajoso, um cara destemido, que no fundo conservava sua alma infantil, quando cantava ou quando compunha, porque Raul falava do que o coração tava cheio...


E "Por quem os sinos dobram" é uma das mostras dos questionamentos intensos que povoavam sua obra e vida. 


“A morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. Diz um trecho do poema de John Donne. 


E assim como eu acredito que deve ser, é sempre preciso se perguntar: Por quem os sinos dobram?


E você vai entender que é bem fácil: eles dobram por ti, por mim, por nós... e no fundo, no fundo a culpa não é de ninguém!


E é por isso que é preciso: 
"Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz. Coragem, coragem, que eu sei que você pode mais..."


E toca Raul! 









2 comentários:

Karyna disse...

Bacana demais o texto de hoje, Lizi! Quem dera chegar o dia em que seremos capazes de assumir as próprias falhas, admitir que integramos um grupo de seres imperfeitos e ter a humildade de reconhecer que também erramos.

Ora bolas, é muito mais fácil pedir perdão do que convencer o outro sobre " nossa inocência" nos fatos... Mas, geralmente escolhemos o caminho mais difícil e optamos por "esconder" de todos e de nós mesmos os próprios erros... Beijos amiga!

I. disse...

Eu li, reli e não satisfeito li mais uma vez... Mas realmente não achei nada a comentar. Apenas refletir, procurar algo para repensar, um "dobrada" que possa me fazer ainda mais feliz. =)