quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Declare o seu amor...

Eu sempre escrevo sobre coisas subjetivas - pelo menos eu acho isso, e sobre quase uma "auto-ajuda". Hoje, vou escrever sobre uma coisa concreta. Talvez a mais concretas delas dentro de mim. O amor pela minha sobrinha Anna Carolina.

Como todos sabem, eu não tenho filhos. Mas a Carol é minha bebê! Minha princesa, minha vida. Ela tem 15 anos e "meio" e nasceu da maneira mais adversa que parece até novela. Na família, éramos quatro irmãos. Luciana, Lais, Liziane (eu) e Luis Henrique.

Em 1 de janeiro de 1996 a Luciana, aos 22 anos faleceu. Era noite de ano novo! A data que sempre era tão festiva em nossas vidas tinha tudo para se tornar vazia e sombria. Mas as linhas de Deus são perfeitas, todos bem sabem.

No dia 2 de janeiro, em meio ao funeral de minha irmã Luciana, minha irmã Lais, então com 17 anos começou a passar mal. E foi parar no hospital. Peraí, no hospital não, na MATERNIDADE (risos).

É! Ela estava grávida, de NOVE meses, bem escondidos e guardados. E nasceu então Anna Carolina. O "velório" parou, todo mundo ficou confuso, e bora gente! Vambora comprar roupa, berço, moisés, chupeta, mamadeira e fralda!!!

E saímos do enterro, direto para a porta da Cândido Mariano. Que ironia, bem em frente ao local onde minha Lú tinha partido... O coração era dor e confusão...

Pequenininha, um tesourinho guardado, muito bem guardado. E nossos dias eram dúbios, porque tínhamos  a tristeza da perda, porém também aquele ser enchia nossa casa de alegria. Carol foi crescendo e cada segundo, cada passinho, cada chorinho, dentinho, sorriso, dor ou gracinha acompanhada com amor concreto e que não cabe no peito.

A mais linda! A mais bela! Não tenho palavras. Depois dela tive outros sobrinhos, que são especiais, eles são todos especiais, cada um em sua particularidade.

O Tiago com sua responsabilidade, aos 24 anos um rapaz que sei que posso confiar.

Camila, aos 14 anos mostrando TUDO de mim quando tinha essa idade (risos). A rebeldia, o desatino, a inteligência e a beleza que lhe é única.

João Guilherme, aos 13 com sua inteligência e beleza especial. O melhor aluno da escola, premiado pela prefeitura! rsrsrs

Ana Beatriz, quase 3 anos de pura energia, alegria e os cachos mais lindos que Deus poderia fazer.

Pedro Arthur, com um aninho. Meu presente de Deus! Só isso que posso dizer.

Mas Carolina, ah Carolina! Essa menina é especial! Única! Ela é minha princesa! Às vezes as pessoas riem quando eu a chamo de bebê. Um bebê braaaaaavo, genioso, às vezes distante, aquelas coisas de adolescentes.

E sempre costumo dizer: ela não saiu de mim, mas é minha filha! Não sou a segunda mãe, a mãe é a Lais, mas eu sou a TIA, a mãe-tia ou seja lá o que for. Não importa o nome, importa é que o amor é concreto.

E gente, é um amor que não cabe no peito. E agora, minha bebezinha está dodói... E isso me corta ao meio, porque ser mãe é padecer no paraíso, não é?

E nisso tudo, só consigo pensar em uma coisa: eu trocaria de lugar com ela! Sentiria o que ela está sentindo, ficaria com tudo para mim. Mas também como "mãe", preciso pensar. os filhos nascem para o 'mundo', portanto, estou aqui para ampará-la.

Enfim, é só uma declaração de amor... Coisa que eu faço todos os dias e agora concretizei...
E fiquem com Ana Carolina, de Jorge e Mateus


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pq tapete pendurado na parede ninguém consegue pisar...

Li essa frase hoje pela manhã, durante uma conversa para lá de produtiva... E fiquei pensando: quantas vezes as pessoas não nos fazem de "tapetinho"? Em alguns casos somos até mesmo "tapetes persas", preciosos, caros, porém não deixam de ser pisados...

E é isso que eu quero falar hoje. Algumas pessoas conhecem a minha história e sabem o que eu já enfrentei na vida. Ralei muito para chegar onde estou, para trabalhar com a pessoa que eu sempre desejei, ter as minhas coisas, me aprimorar na minha profissão e tudo mais.

Há nove anos, eu era só uma jovem sem perspectivas de vida e que estava entregue à coisas "obscuras". E sempre tinha alguém que dizia: "Esquece, a Liziane não vai ser ninguém". E aquilo me doía, e eu precisava buscar forças, mas de onde???

Então, eu me lembrei de uma pessoa muito importante para mim, que eu tinha certeza que poderia me ajudar e muito no processo de reconstrução da minha vida. Essa pessoa tinha as respostas de todas as perguntas, tinha a força necessária para que eu desse o primeiro passo. E fui atrás disso. Queria deixar de ser tapete do mundo que me cercava...

Comecei então a viver um dia de cada vez. Deixei uma faculdade pública, deixei as coisas "obscuras", enfrentei mil demônios, e o mundo começou a se abrir...

Fiz a faculdade, comecei a trabalhar em call center, ganhei uma bolsa de estudos e o apoio de um padre chamado Paulo Jácomo que foi essencial para mim, o apoio de uma sala inteira, o Jornalismo 2006 da UCDB, e fui subindo cada degrau daquela escada que eu nem sabia onde ia dar...

Aliás, naquela imensa escada, eu só enxergava o primeiro degrau...

Mas eu sabia, eu sabia que eu tinha que contrariar aquelas pessoas que falavam: "A Liziane não vai ser ninguém".

Então, eu fui galgando cada degrau e hoje eu posso dizer: Eu sou alguém! Eu sou Liziane Berrocal.

Por isso, eu sempre digo a todos que estão enfrentando problemas: "Não deixe ninguém te dizer que você não é ninguém, existe alguém ai que pode te fazer ser o ALGUÉM MAIS IMPORTANTE DO MUNDO".

E a pessoa pergunta: "Mas quem?"

E a resposta é simples: "Você".

Por isso caros amigos, só você pode mudar seu destino, só você pode mudar o rumo da sua vida. Só você pode fazer de você ALGUÉM!

E lembre-se sempre: não deixe que palavras te façam perder o chão. Guarde seus segredos em seu coração e persevere. Porque Deus, nosso Pai maior, está sempre ali para nos indicar qual o melhor caminho e nos curas das desilusões.

E Deus, nos mostra todos os dias que podemos ir muito além...

Agora, estou entrando em uma nova etapa da minha vida, e que delícia é ver o reconhecimento, a busca constante, poder ajudar as pessoas, poder estender uma mão e dizer para aquele que sofre: "Não fique assim, para Deus você é alguém"...

Para isso, deixo com vocês a música: "Alguém". Ela foi oferecida a mim por uma pessoa especial chamada Laura Lavagnoli, um dia quando ela me disse:

"Amiga, alguém falou que você não ia ser ninguém, mas você mostrou que você é Liziane Berrocal".

E isso me encheu de alegria... Porque hoje, eu não sou mais tapete de ninguém...



P.S.: a pessoa que me ajudou se chama: Liziane Berrocal!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Do amor e a alegoria da caverna...

E você então está no escuro! Naquela caverna, escura, úmida, fria e por vezes aterrorizante...

E de repente, você se deixar amar... e começa a amar, e então a luz começa a surgir. E a caverna se abre, e o mundo lá fora passa a ter luz, e cores e principal: amores. Amores das mais variadas formas, sentimentos, sensações...

E agora podem estar se perguntando: "A Lica começou o texto pelo final?" É, pode ser. Porque hoje quero começar pelo mais simples. Hoje, e amanhã e todos os dias. Porque o amor é uma coisa muito simples. É o segredo que abre qualquer porta, seja ela onde for.


Platão na alegoria da caverna, falava da relação do homem com o mundo, porém eu acredito que seja a relação do homem com o amor...

Porque quando amamos, saímos do escuro... Nos sentimos mais próximos de Deus.


Durante os dias que tenho enfrentado situações difíceis - e acreditem, as coisas não estão sendo fáceis, eu busco sempre ver pelo lado do amor. Olho o sorriso dos meus sobrinhos, o abraço de um amigo, as palavras de alguém que amo.

Aí, eu percebo cada dia mais que o amor que tudo suporta. Sabe ser rígido, sabe afagar, mas também sabe ralhar. O momento de chegar e de partir...

E o amor, tão cantado e tão parafraseado ao longo de toda existência humana, é aquilo que nos move, e dele deriva todos os outros bons sentimentos e nele que chega todas as ações de bem.

Filos, Eros e Ágape.

O amor, ah o amor... Esse negócio tão simples, que nos tira da caverna... Deus nos dá diariamente a chance de amar e sermos amados. Outra vez, Ágape, Filos e Eros...

E então eu me pergunto: "Por que ainda tem gente que gosta de morar no escuro?"

Para esses, eu deixo uma dica: "Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu..."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Por quem os sinos dobram?

"Nunca se vence uma guerra lutando sozinho. Você sabe que a gente precisa entrar em contato... "


Então! Raul Seixas formou minha história e é em muitas músicas dele - erros e acertos musicais - que eu levo como digamos, filosofia de vida. Uma delas é "Por quem os sinos dobram". 


A música e o álbum do grande cantor e compositor baiano data de 1979, e foi inspirado na obra do excelente escritor - e pensador - Ernest Hemingway. 
O romance de 1940 usa a própria experiência do autor como voluntário na guerra civil, que por sua vez é referente a um poema do pastor americano John Donne, que explicita que nenhum homem é uma ilha. 


Raul, mais crítico - na minha opinião, foi mais além: "É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro, evita o aperto de mão de um possível aliado"....
Quantas vezes não é mais confortável jogar a culpa no outro? Certo? Errado! Dai vem a pior parte - também na minha opinião, que é convencer as paredes do quarto. 


Ora, você não vai convencer as paredes do quarto e dormir tranquilo, porque no fundo do peito você sabe que não era nada daquilo! Não se consegue fugir de si mesmo, nem se suas culpas ou mesmo daquela que é a "mestra" em foder com seu sono: a consciência!


E de novo lá vou eu, cair na tecla da CORAGEM. Raul cantava muito isso. Ele era um cara corajoso, um cara destemido, que no fundo conservava sua alma infantil, quando cantava ou quando compunha, porque Raul falava do que o coração tava cheio...


E "Por quem os sinos dobram" é uma das mostras dos questionamentos intensos que povoavam sua obra e vida. 


“A morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. Diz um trecho do poema de John Donne. 


E assim como eu acredito que deve ser, é sempre preciso se perguntar: Por quem os sinos dobram?


E você vai entender que é bem fácil: eles dobram por ti, por mim, por nós... e no fundo, no fundo a culpa não é de ninguém!


E é por isso que é preciso: 
"Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz. Coragem, coragem, que eu sei que você pode mais..."


E toca Raul!